segunda-feira, 28 de outubro de 2013

TEATRO: O SILENCIOSO MUNDO DE FLOR

CHEGOU O GRANDE DIA... APÓS MUITOS DIAS DE ENSAIOS E PREPARATIVOS, APRESENTAREMOS HOJE O TEATRO O SILENCIOSO MUNDO DE FLOR!!!
História adaptada por Marielli Costa Beber, do livro:
O SILENCIOSO MUNDO DE FLOR
A Turma 21 sente-se muito feliz em poder compartilhar com todos vocês o fruto de um trabalho realizado nos últimos dias, com o livro O SILENCIOSO MUNDO DE FLOR, de Cecília Cavalieri França. O livro conta a história de dois amigos, um ouvinte e uma surda. Com ele, aprendemos sobre inclusão, solidariedade e amizade.
Téo e Flor eram crianças como você. Tinham mais ou menos a sua idade. Moravam em uma casa parecida com a sua, em uma cidade do tamanho da sua.
Téo e Flor sempre se encontravam pelos caminhos do bairro.
O mundo de Téo e Flor tinha todas as cores, do púrpura ao verde mar, do violeta ao azul celeste, do branco gelo ao marrom chocolate.
O mundo de Téo e Flor tinha os melhores bichos: passarinho que voa graciosamente...

... e lagarta que vira borboleta.


O mundo de Téo era cheio de sons. Ele gostava de ouvir passarinho. Ligava o rádio e cantava.
Mas o mundo de Flor não tinha sons. Ela não podia ouvir. Era surda desde o nascimento.
Flor nunca ouviu nem um sonzinho à toa. O mundo de Flor era só silêncio.
O mundo de Flor e de Téo tinha doces aventuras...
... fazer bolo de areia...
... caçar cigarras e formigas...

... e andar sobre os muros do bairro.
De cima do muro da casa de Flor, viam pessoas que andavam apressadas...
Viam carros passando apressados e até trem cheio de gente apressada...
Viam também ônibus passando com muitas pessoas...
Lá de cima, Téo e Flor viam até avião (e bota apressado nisso!)
O mundo de Téo tinha cada barulhão! Buzina, trovão e telefone...
Mas o mundo de Flor não tinha sons. O mundo de Flor era só silêncio.
Um dia, Téo puxou Flor pela mão. Saíram correndo morro abaixo.
Avistaram em um grande barracão, cheio de... (o que era aquilo?) instrumentos musicais. Flor nunca tinha visto instrumentos musicais.
Téo fazia gestos. Batias as mãos naqueles objetos. Raspava e sacudia aqueles objetos.
Flor não entendia. Seu mundo era só silêncio...
Flor desejou segurar um instrumento. Téo escolheu um tambor. Flor imitou aqueles gestos, batendo no tambor.
De repente, naquele momento, o mundo de Flor se abriu em sons. Seus ouvidos não podiam ouvir, mas todo o seu corpo podia. Ah, sim. Podia.
Ela não entendeu o que estava acontecendo. Mas sentiu direitinho: a batida no tambor fazia o instrumento todo vibrar, tremendo de levinho. O corpo de Flor sentia tudinho.
Flor bateu, bateu, bateu e bateu.
Não queria mais parar.
Bateu forte, assim...
Bateu fraco, assim...
Bateu depressa... e devagar...
Bateu forte e devagar...
Bateu depressa, bem levinho...
Bateu o dia inteirinho.
Em casa, nem queria dormir. Começou a bater em tudo quando há.
Bateu o garfo na colher...
Bateu a faca no copo...
Bateu a mão na mesa...
Bateu um pé e outro no chão...
Em tudo sentia a vibração.
No dia seguinte, mal raiou o dia, lá se foi a menina puxando Téo pela mão. Morro abaixo, correram para o barracão.
E foi um tal de chocalho balançar...
De coquinho bater...
De agogô soar...
O reco-reco resolveu raspar...
Pandeiro sacudir...
E o prato vibrar...
Pegou o tambor para acompanhar e começaram a requebrar. Seguia o ritmo pra lá e pra cá, pra cá e pra lá, pra lá e pra cá.
Aquela vibração tocou fundo em Flor, que aprendeu a sentir todos os sons.
De cima do muro...
... Téo ensinava Flor a escutar.
Sentia os passos das pessoas, apressadas...

E também as buzinas dos carros, apressados...
Sabia se o trem estava cheio ou vazio, só de sentir a vibração.
Sabia se o ônibus estava cheio ou vazio, só de sentir a vibração.
E à distância, Flor já sentia o avião.
De cima do muro, ela assistia tudo soar.
Passou a sentir o gatinho miar, o cachorro latir, o passarinho cantar...
Flor se dedicava tanto que sentia até borboleta voar...


O mundo de Flor, que era só silêncio, tornou-se um mundo repleto de sons. Sentia o mundo todo vibrar e, dentro dela, a música acontecia.
Agora, Flor começou a ensinar Téo a ouvir o silêncio.


APROVEITAMOS A OPORTUNIDADE PARA MOSTRAR A PARÓDIA QUE CRIAMOS E A EXPLORAÇÃO DA BANDINHA RÍTMICA:
TÉO E FLOR

VOU TE MOSTRAR O MUNDO DO TÉO, TÉO, TÉO
QUE TEM MUITO-TO
BARULHO-LHO
TEM BUZINA-NA
TEM CAMPAINHA-NHA
TEM TROVÃO
E TEM SOM DE CAMINHÃO

MAS NO MUNDO DE FLOR, FLOR, FLOR
TUDO É MUITO-TO
DIFERENTE-TE
TEM SILÊNCIO-CIO
E VIBRAÇÃO-ÇÃO-ÇÃO
EU RESPEITO
O JEITO DE TODA GENTE!




3 comentários:

  1. U-aaau! Que trabalho maravilhoso! Parabéns à todos os envolvidos! Uhuuu! Excelente! Esplêndido! Bacana que através das fotos é possível acompanhar direitinho o enredo o conflito o ápice da peça. Consegui sentir o perfume da FLOR e ouvi o compasso dos corações gratos à cada descoberta. Maravilhoso ver como "os atores" se apropriaram dos personagens e conseguiram "SER"!!!! Lindo! Lindo! Lindo! Adorei!

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